Um novo estudo publicado no jornal científico Neurologyafirma que, não bastassem todos os problemas ocasionados pelo estresse, essa condição também pode afetar o cérebro humano de maneira irreversível, causando perdas de memória e até o encolhimento do órgão antes dos 50 anos de idade.
"Níveis elevados de cortisol, que é o hormônio do estresse, podem prejudicar as funções cerebrais, seu tamanho, além de afetar a performance e a cognição do indivíduo", disse o autor do estudo e professor de neurologia no Centro de Ciências da Saúde na Universidade do Texas em Santo Antônio, Sudha Seshadri.
Analisando mais de 2 mil voluntários saudáveis de meia-idade, os médicos descobriram que quem possuía altos níveis de cortisol no sangue também tinha um baixo desempenho nos testes de memória. Os voluntários tiveram que realizar diversos testes psicológicos para que suas habilidades pudessem ser avaliadas. A síndrome da exaustão ou do esgotamento profissional já atinge 30% dos brasileiros
Além disso, os indivíduos altamente estressados apresentavam um volume ligeiramente encolhido do cérebro em comparação aos voluntários com níveis normais do hormônio cortisol. O estudo também evidenciou que as mulheres eram as mais afetadas com essa condição. "Nunca é tarde para reduzir os níveis de estresse", ressaltou Seshadri, em entrevista à CNN.
Outra descoberta foi que pessoas relativamente jovens também apresentaram falhas de memória e encolhimento do cérebro, antes mesmo de que algum sintoma se manifestasse.
Alguns estudos anteriores chegaram a analisar a relação do estresse e o cérebro, mas sempre utilizando uma amostra de pessoas com a idade mais avançada e examinando apenas a área responsável pela memória, chamada de hippocampus.
Seshadri frisa que o novo estudo, contudo, contou com pessoas na faixa dos 40 anos, tanto homens quanto mulheres e analisou o cérebro como um todo, mas que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto.